Sunday, October 28, 2007

Folheando

Dia desses estava reorganizando meus livros e revistas e me dei conta que apenas duas revistas eu acompanho há exatos 20 anos! Essas revistas são a Set Cinema e Vídeo e a Superinteressante - se bem que a Super parei de comprar por algum tempo, uns dois ou três anos, quando o redator daquela época a fez parecer mais um catálogo (propaganda que não acabava mais) do que uma revista de ciência, tecnologia, comportamento e variedades.
Já a Set não me falta um número sequer na coleção (tanto a Set quanto a Super completaram 20 anos de publicação em 2007). Várias revistas voltadas ao mundo do cinema e do vídeo apareceram e a maioria rapidamente sumiu. Lembro que em 1987- quando surgiu o primeiro número da Set, trazendo Mickey Rourke (para os mais novos: ele foi o Marv de Sin City) na capa e destaque para Nastassja Kinsky - ainda existia uma revista muito bonita, chamada Cinemin: tinha um formatão granda, álbum. Só as capas e contra-capas eram coloridas - e eram posters belíssimos - e todo o miolo era em preto e branco; mas era uma revista de qualidade, dando bastante ênfase ao cinema clássico. Porém, ela não resistiu e acabou em meados dos anos 90 (era editada pela Ebal, que nem sei se existe ainda). A seguir surgiram revistas como a Sci-Fi Cinema (braço mais abrangente da Sci Fi News), a MovieStar e a Revista de Cinema. Dessas, a com vida mais longa foi a Revista de Cinema - que dava um bom espaço ao cinema nacional. Hoje, a Set reina absoluta no gênero - recentemente surgiu a Crash, mas esta trilha mais por um universo dividido praticamente em partes iguais entre HQs, séries de TV e cinema, voltando-se mais especificamente a um público mais jovem.
A Superinteressante tem uma concorrência um pouco mais acirrada em seu gênero: Scientific American (a versão nacional), a mais cara National Geographic, Galileu e um sem-número de publicações da editora Escala - que parece jogar dúzias de títulos nas bancas para ver qual (ou quais) vai se firmar. Mas a Super continua líder - e ainda capaz de originar várias "afiliadas", tais como a Vida Simples, a Mundo Estranho e Aventuras na História.
Vida longa a essas duas revistas, que chegaram sadias aos seus 20 anos em 2007.
P.S.: este texto é de um tópico que criei na comunidade Liberdade de Expressão, no orkut.

Friday, October 12, 2007

Cultura da Vaia

Acabei de ler na revista Set, edição de outubro, que, no Festival de Cinema de Veneza deste ano, o diretor Ang Lee (de O Tigre e o Dragão), vencedor do Leão de Ouro com o filme Lust, Caution (Luxúria, Cuidado) acabou sendo vaiado por parte da platéia durante a premiação - o mesmo acontecendo com Brad Pitt, premiado pela atuação em O Assassinato de Jesse James. Na hora, lembrei-me do vexame de parte da platéia/torcida durante os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro. Veio-me à mente também o fato desses cansadinhos pertencerem a classes sociais, tanto lá quanto cá, mais abastadas (ou alguém acha que assistir ao Pan, seguidas vezes, nos estádios, ginásios, piscinas, etc, estava ao alcance de qualquer bolso?). Começou com uma vaia fora de hora, inconveniente, ao presidente durante a abertura dos Jogos e estendeu-se aos atletas de delegações rivais - no sentido esportivo -, numa plena demonstração de falta de respeito para com os atletas (que esses vaiadores, certamente, sequer conheciam...), que sofriam com esses ignorantes que a eles estendiam a rivalidade (gratuita) para com determinados países - ou melhor dizendo: para com os governos desses países. O que eu quero dizer é o seguinte: falta de educação, no sentido comportamental, atinge toda e qualquer camada social. Muitas vezes, cidadãos com menor poder aquisitivo demonstram melhor educação e respeito do que muito revoltadinho sem causa que adora arrotar ser integrante das classes A ou B. Estão aí o Pan e o Festival de Veneza para comprovar isso.