Monday, December 29, 2008

Cidade Quase Nada Cinematográfica

Há uns bons 8 anos atrás, por volta de 2001, eu e um amigo de trabalho dos tempos da Prefeitura de Sorocaba, apreciadores de artes como teatro e cinema, ficamos sabendo que um diretor paulistano de cinema e teatro estava vindo à nossa querida Manchester Paulista com o intuito de promover testes para um curso teatral, visando futuramente a realização de um filme em nossa cidade. Pesquisei e constatei que o diretor era um tal de Wilson Rodrigues, ex-diretor de produções pornôs e que vinha realizando, nos últimos tempos, filmes baseados em contos infantis - filmes esses até hoje obscuros. O cara veio todo pomposo, promovendo uma de suas "obras" mais recentes, um abacaxizaço chamado O Gato de Botas Extra-Terrestre (1986) - quem viu, diz sem medo que é das piores coisas registradas em celulóide em todos os tempos, de fazer Ed Wood corar de vergonha. Mais lamentável é ver o elenco envolvido: Tonia Carrero, Zezé Motta, Flávia Monteiro e até José Mojica Marins, o Zé do Caixão (que deve até hoje jogar maldições sobre si, mesmo, por ter aceito participar disso). Mas... por que preocupo-me em lembrar da vinda desse (pseudo) diretor de cinema a Sorocaba? Pois bem. Lembro-me do teste, no antigo Cine Sorocaba, na Praça Cel. Fernando Prestes: tanta propaganda na época fez com que o teatro estivesse cheio em seus mais ou menos 400 lugares. Agora, imagine 400 pessoas fazendo um teste - que consistia em três ou quatro ridículas linhas de um texto de dar vergonha ao mais fuleiro escritor de telenovelas - numa única tarde/noite! Afora os arroubos de megalomania do diretor Rodrigues - a toda hora interrompendo os testes para mostrar "como é que se faz". O meu amigo levantou-se e foi embora, após o arrogante sujeito em cima do palpo praticamente humilhar uma jovem que mal tinha seus 12 anos - espero eu que hoje ela seja bem sucedida, superando em sucesso o sr. W.R. - o que, convenhamos, não é tão difícil. Foi mais ou menos uma hora de achincalhes e fazer média elogiando alguns pessoas claramente pela idade que elas tinham, não pelo possível talento. Meu amigo foi embora mas eu, com mais estômago, fiquei - só para ver no que dava. Então, uma fila formou-se no palco. Você praticamente corria e dizia a sua fala (que era o mesmo texto chinfrim para todos). O fanfarrão julgou minha atuação mecânica - depois de me achar bonito, boa aparência, mas naquele dia minha atuação fora "mecânica". Ele queria mais o quê? Afinal, o teste era em linha de produção! Fiquei esperando, ao final, alguém levantar a voz e dizer: "Ora, Sr. Wilson (parece menção ao personagem do Pimentinha, eh, eh!), faça-nos o favor: pegue sua maldita arrogância, seu Gato de Botas ET, enfie na sacola e volte para sua cidade fazer seus filmes pornográficos e infantis patéticos!" Infelizmente, ninguém tomou tal atitude para lavar a honra dos sorocabanos naquele dia.

Dias depois, recebo em casa uma correspondência: "Parabéns, você foi escolhido para o curso de teatro...". Puxa vida, apesar da "atuação" mecânica?! Junto da carta, um boleto de uns R$ 50,00, se mal me lembro. Eu me inscrevi? Mas nem que o gato calçasse botas! Tempos depois, num outro cursinho de teatro, soube de um rapaz que se inscreveu. O tal curso do Sr. WR não tinha ido adiante. Obviamente que nunca houve filme a ser rodado em Sorocaba, nem a taxa devolvida aos inscritos no curso. E, até onde eu saiba, o diretor Rodrigues afundou num merecido ostracismo.

Mas por que estou recordando isso, agora? Bem, sempre fui apaixonado por cinema e, acessando o belo blog Estranho Encontro, voltado à analise de filmes brasileiros, li alguma coisa que acabou fazendo com que me voltasse à questão: por que tão poucos filmes rodados em Sorocaba, uma cidade de quase 600.000 habitantes? Lembro-me apenas de Não Matarás, feito na longínqua década de 1950 (sua estrela principal era a recentemente falecida Landa Lopes). Além desse, há Cafundó, de Paulo Betti. Porém, a despeito da história se passar em nossa cidade (um personagem nosso e bastante famoso nacionalmente, João de Camargo), praticamente todo o filme foi filmado fora, no Paraná, se não me engano. Fora isso, curtas-metragens que praticamente passam despercebidos. Quando haverá um novo longa-metragem filmado por aqui?

Todos os dias, pego a estrada para Iperó, cortando caminho para meu emprego em Tatuí. Vejo muitas belas paisagens, que ensejariam um bom roteiro romântico, dramático ou até um suspense tenebroso - basta ver algumas casinhas distantes cercadas por mata e pasto. Esse é só um dos lados. Algo poderia ser pensado, também, para uma trama urbana - um policial, uma trama de gangues. Infelizmente, não parece haver muita gente com olhos (cinematográficos) voltados para Sorocaba. Algum dia ainda verei minha cidade nas telas de cinema?

Sunday, December 14, 2008

Conexão Nova, Problemas Antigos

Estou há uma semana com uma conexão wirelless 3G da Claro. Ainda estou levando em conta o fato de que a tecnologia é nova e a área de expansão deve crescer e o sinal melhorar, mas, por enquanto, o desempenho desse modem - fabricado pela Sony Ericsson - e do serviço da Claro deixa a desejar: o plano que escolhi é o de 500 kbps; porém, até agora, as conexões mal passam de 100 kbps e oscilam muito, tornando a conexão muitas (e muitas) vezes pior que a conexão discada, o que é um absurdo grotesco, já que o preço do serviço de banda larga é bem superiorao de telefonia simples. Espero que melhore, mas fico com a sensação de ter levado gato por lebre, além da falta de opções nos deixar num beco sem saída - fazer o quê, optar pelo Speed, campeão de reclamações?