Sunday, February 03, 2008

Momento "Marley e Eu"



No aniversário de segundo ano de casamento, presenteei minha esposa com um cachorro. um filhote de boxer ao qual ela chamou Maguila. Passávamos constantemente em frente à loja de animais e rações e víamos os bichos - Maguila e seus irmãozinhos - numa gaiola à frente do estabelecimento. Ronise, minha esposa, encantou-se com o bichinho. Pra dizer a verdade, eu também. Passei diversas vezes na frente da loja, ensaiei bastante em entrar, cheguei perto da gaiola muitas vezes, perguntei o preço ao funcionário:





- Duzentos.





Uau, eu nunca comprei um cachorro antes! Até tive uma pastora alemã - que a minha família ganhou - mas... era meio salgado o preço, principalmente para quem estava acostumado com gerações e gerações de simpáticos vira-latas. Por falar em VLs, já tínhamos uma pequena cadela, preta e comprida (suspeitas de sangue basset na família...), além de baixinha, que nos acompanhou em nossa experiência de um ano morando em Tatuí. Era hora já de ela ter companhia da própria espécie.


Chegou o nosso aniversário de casamento. Maguila era o último dos quatro irmãos. Já há algumas semanas que ele era último na gaiola da loja. Tinha que ser nosso, mesmo. Digo, dela, Ronise. Afinal foi meu presente, não foi?


O caminho até em casa foi uma eternidade. Apesar de filhote, o cachorro já tinha um bom peso. Procurei levá-lo na coleira, mas o danado empacava mais que uma mula. Demorou para obter confiança. E obteve até demais, às vezes correndo, querendo me arrastar, outras vezes enroscando-se em minhas pernas. E novamente empacando.


Desde então, ele (e a Madruga) tem nos acompanhado. A volta para Sorocaba o deixou especialmente estressado, com um problema de gases que nos obrigava a deixar todas as janelas do carro abertas durante a viagem. Ele já está grande, mais de um ano e meio. Há nele muitas coisas exageradas - típicas do boxer - como as largas bochechas e o cocô em montes nada discretos. E, claro, como macho que se preza, presta-se a regar todos os cantos da casa, então, todo cuidado é pouco para preservar móveis e outros utensílios.


Maguila já tentou namorar Madruga, mas, devido a um certo problema de diferença de altura, eles não casam bem. Eles são ótimos animais, que se completam. Ela é o alarme e ele o que impõe respeito, por assim dizer. Desconhecidos, em casa, só entrando junto com quem é de seu conhecimento - ou seja, da família. É interessante como Maguila - e creio que é comum a tantos outros cães - considera o afeto dos donos: não se pode fazer um agrado à Madruga que lá vem ele, empurrando-a com a pata dianteira erguida e exigindo também a sua parcela de afeto. Ele tem outras manias, como bufar, dando a impressão de tédio, ser também bastante desastrado e vive dando trombadas e até cabeçadas nas coisas, ou dormir à porta de entrada da casa, como se a vigiasse ou para estar mais perto dos donos. Donos? Bem, sei que foi presente meu à minha mulher, mas me apeguei bastante também ao bochechudo.